Chapada Diamantina: A beleza exuberante no coração da Bahia
Contexto Histórico
A Chapada Diamantina é considerada um oásis em pleno sertão nordestino. Localizada no coração da Bahia, com temperaturas amenas e reduto para diversas nascentes. É formada também por dezenas de municípios, com quase 40 mil km², a região foi sendo desenhada ao longo de bilhões de anos, quando as chuvas, os rios e os ventos trataram de esculpir as rochas, criando vales e montanhas.
Da exploração de minérios às mais diversas formas de turismo, a Chapada ficou conhecida em todo o mundo pela sua beleza cênica. Os garimpeiros que costumavam circular a região deixaram o seu legado e deram sentimento, sabor e identidade à Chapada, junto com tantas outras culturas. Com sua rica arquitetura, em grande parte, tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), o lugar é um verdadeiro reduto para o intercâmbio cultural entre turistas e nativos.
A Chapada Diamantina é a sede do segundo maior parque nacional do Brasil e berço para espécies exclusivas de plantas e animais. Não é à toa que o destino recebe milhares de visitantes a cada ano, sedentos pela experiência dos diferentes atrativos que as localidades que compõem a região proporcionam, com direito a uma boa dose de aventura, uma vez que a Chapada é referência no turismo de aventura no Brasil.
O Parque Nacional da Chapada Diamantina
Criado em 1985 e ocupando uma área de 152 mil hectares, o Parque Nacional da Chapada Diamantina atrai viajantes do mundo inteiro pela sua grandiosidade e exuberância.
O Parque nasce com o intuito de preservar os ecossistemas da Serra do Sincorá e conservar suas nascentes, com destaque para o principal rio baiano, o Paraguaçu. Esta unidade de conservação guarda um banco genético importantíssimo para a pesquisa científica no âmbito da biodiversidade. A cada ano, diversas novas espécies de plantas endêmicas e animais são descobertos na região.
Apesar de representar apenas uma pequena porção de toda a região da Chapada Diamantina, o Parque Nacional abrange 6 municípios (Lençóis, Palmeiras, Andaraí, Mucugê, Itaetê e Ibicoara) e possui uma imensa variedade de ecossistemas como o Cerrado, Mata Atlântica, Caatinga e Campos Rupestres.
As cidades ainda preservam a arquitetura colonial, herança do rico e conturbado período do ciclo do diamante que fez do Brasil o primeiro produtor mundial de diamantes no início do século XX. As mesmas trilhas abertas pelos garimpeiros, hoje são utilizadas por nós viajantes, e amantes de trekking.
Cada um de nossos roteiros permite aos viajantes uma experiência única e autêntica da Chapada Diamantina. Seja dormindo em acampamentos selvagens, em casa de moradores locais ou em uma das charmosas pousadas da região, escolha sua jornada e mergulhe conosco nas mais belas cachoeiras, na história do Brasil e na história do planeta.
A Chapada Diamantina
A Chapada Diamantina reúne uma diversidade de atrativos naturais e culturais. Para quem está em busca de paz e tranquilidade ou para quem é amante de história e aventura, este é o destino certo. A vasta Mata Atlântica, planícies e campos floridos dividem a paisagem. Imensos desfiladeiros, paredões, grutas, cânions, rios, cavernas e cachoeiras ajudam a completar o belo cenário da Chapada Diamantina.
Nos seus primórdios a região foi habitada pelos índios Maracás. A ocupação do local remonta aos anos da exploração de jazidas e minérios, a partir de 1710, quando foi encontrado ouro próximo ao Rio de Contas Pequeno, marcando a chegada dos bandeirantes e exploradores. No ano de 1844, a colonização começou a se impulsionar pela descoberta de diamantes valiosos pelas redondezas do Rio Mucugê, e os comerciantes, jesuítas, colonos e estrangeiros se espalharam pelas vilas, regulados pela força da riqueza.
Com um acervo de belezas naturais, a Chapada abarca uma vasta diversidade de fauna e flora. São mais de 50 tipos de orquídeas, trepadeiras e bromélias, sem contar as espécies raras de animais, como o tamanduá-bandeira, porco-espinho, tatu-canastra, capivaras, gatos selvagens e inúmeros tipos de cobras e pássaros. O Parque Nacional da Chapada Diamantina atua como órgão protetor de toda essa exuberância natural.
Você sabia?
- O PNCD é uma área de extrema importância para a conservação da avifauna regional. Além de abrigar espécies residentes, é um ponto fundamental para muitas espécies migratórias;
- Toda a área do PNCD é drenada por rios pertencentes à Bacia do Rio Paraguaçu. Quase todos nascem dentro da Unidade de Conservação, o que garante a manutenção da sua pureza.
Desafios enfrentados pela Chapada Diamantina
Um dos problemas ambientais que mais aflige a Chapada Diamantina é o incêndio criminoso. Todos os anos, a região sofre com as queimadas, que devastam o Parque Nacional e outras áreas de conservação. Os incêndios afetam tanto a biodiversidade como o fluxo e qualidade da água, além de demandar um trabalho extremamente arriscado dos brigadistas contratados, voluntários, corpo de bombeiros e defesa civil para conter o avanço das chamas.
Segundo o ICMBio, o fogo natural é muito difícil de ocorrer. Infelizmente, o ser humano é o principal responsável pela devastação. “Recomenda-se que os visitantes sejam acompanhados por guias habilitados e usem apenas fogareiros portáteis para o preparo de alimentos. E, em hipótese alguma, façam fogueira, coloquem fogo em papéis ou no mato seco. É fácil perder o controle da situação com os fortes ventos e o tempo seco”, explica Cezar Neubert, analista ambiental do Instituto.
Entendendo a região…
Devido à dimensão do território da Chapada Diamantina e as grandes distâncias existentes entre os principais atrativos naturais e as cidades turísticas, programar uma viagem para a região requer uma atenção especial. A gente explica:
Como escolher a cidade?
A infraestrutura turística da Chapada Diamantina está instalada nos municípios de Lençóis, Mucugê, Andaraí, Ibicoara, Palmeiras, Rio de Contas e nas vilas de Igatu e Vale do Capão. Por isso, a melhor opção é escolher essas localidades para ficar hospedado e a partir daí se organizar para conhecer os principais atrativos, espalhados de norte a sul do território. Dica: Antes de reservar hospedagem em apenas uma cidade, pesquise o que mais deseja conhecer. Isso evitará que você perca tempo em estradas.
Os atrativos demandam muito esforço físico?
Os passeios possuem diferentes níveis de esforço físico e ainda podem ser adequados ao perfil de cada pessoa. Os guias locais garantem que quem decide o ritmo da caminhada é o turista e, para facilitar, nas trilhas mais longas são oferecidos serviços como a contratação de uma pessoa para levar as bagagens.
Qual é a melhor época para viajar?
Não existe época desaconselhável para um roteiro pela Chapada Diamantina. As chuvas de verão (novembro a janeiro) podem enlamear as trilhas, mas deixam as cachoeiras mais caudalosas. Entre março e maio, passadas as chuvas de verão, você vai encontrar a Chapada mais verde; e entre maio e setembro, dificilmente vai pegar alguma chuva.
O meio do ano – entre maio e setembro – é também a época em que, nos dias claros, as grutas Azul, do Poço Azul e do Poço Encantado recebem a incidência de raios de sol que deixam suas águas azuladas.
De quanto tempo preciso?
O tempo mínimo indicado para visitar a região é de quatro dias e o ideal é pelo menos sete, período necessário para conhecer os pontos turísticos mais famosos.
Para quem vai de ônibus ou avião:
Para se deslocar de uma cidade para outra não é indicado contar com transportes intermunicipais, pois eles não possuem horário regular. A melhor opção é contratar um transfer, alugar um carro ou fechar um pacote com uma agência.
Para quem vai de carro:
Neste caso é possível ter mais liberdade para organizar seu próprio roteiro. Antes de viajar, procure estudar o que mais gostaria de fazer para traçar melhor o seu itinerário.
Por que é tão importante contratar um guia de turismo?
A Chapada Diamantina possui uma enorme área silvestre. Por isso, é imprescindível que você esteja acompanhado por alguém que conheça bem cada lugar e que tenha treinamento em primeiros socorros. Além disso, esse profissional pode enriquecer sua viagem com informações sobre a fauna, flora, geologia e história da região. Procure um guia apenas nas agências e Associações de Condutores de Visitantes.
Jornada na Chapada Diamantina com a Amana:
Chapada de Norte a Sul
A Chapada Diamantina abrange uma área tão grande e com tantos atrativos – muitos ainda desconhecidos – que seria praticamente impossível conhecer tudo no decorrer de uma vida. Esta jornada foi desenhada para que vocês possam, ao longo de uma semana, conhecer um pouco da riqueza e diversidade que a Chapada tem a oferecer, otimizando o tempo de deslocamento de carro e aproveitando ao máximo os atrativos. Contemplar a beleza das trilhas, se maravilhar com a grandiosidade das cachoeiras, percorrer rios, adentrar grutas, entender a geologia das rochas e montanhas, conhecer as histórias de riquezas e injustiças geradas pelo garimpo, experimentar comidas regionais e mergulhar na cultura local.
Roteiro (7 dias/6 noites)
Dia 1:
Chegada a Salvador e Morro do Pai Inácio
Pernoite: Lençóis
Dia 2:
Gruta Lapa Doce, Pratinha e Poço do Diabo
Pernoite: Lençóis
Dia 3:
Cachoeira do Sossego e Ribeirão do Meio
Pernoite: Lençóis
Dia 4:
Rio Marimbus e Cachoeira do Roncador
Pernoite: Igatú
Dia 5:
Cachoeira do Buracão
Pernoite: Mucugê
Dia 6:
Poço Encantado e Poço Azul
Pernoite: Lençóis
Dia 7:
Saída de Lençóis para Salvador
O roteiro proposto é uma sugestão e pode ser personalizado de acordo com o número de dias disponíveis e o perfil de cada viajante. Também pode ser combinado com outros roteiros de Chapada Diamantina. Confira a programação na íntegra em breve no site da Amana.
E você? Que dicas e impressões tem para compartilhar da Chapada Diamantina?
Conta pra gente na caixa de comentários! 🙂
Texto escrito por Taís Santana.