Cultura
Dia de Iemanjá: Rainha das Ondas, Sereia do Mar

Dia de Iemanjá: Rainha das Ondas, Sereia do Mar

Conhecida como a Rainha do Mar, Iemanjá é uma das divindades mais queridas no Candomblé e demais religiões afro-brasileiras. Bastante cultuada e respeitada, Iemanjá é tida como a mãe da maioria dos Orixás. Seu arquétipo está ligado à fecundidade/maternidade e, por isso, foi designado à ela o “Mistério da Geração”.

A forma de escrita do nome de Iemanjá pode ser feita também com Y, sendo comum encontrarmos o nome da divindade escrito desta maneira: Yemanjá. Em África seu nome se origina nos termos do idioma Yorubá “Yèyé Omo Ejá”, que significa “mãe dos filhos peixe”.

Em território brasileiro, ela também é chamada de Inaé, ísis, Mucunã, Rainha do Mar e Sereia do Mar.

História

Iemanjá é filha de Olokum, soberano dos mares, e quando criança tomou uma poção que a ajudaria a fugir de todos os perigos. Com uma idade mais avançada, a divindade se casou com Oduduá, com quem teve dez filhos Orixás.

A lenda revela que seus seios se tornaram maiores e fartos a medida que amamentava seus filhos, característica que trouxe grande vergonha para Iemanjá. Cansada de seu casamento, ela decide deixar seu marido e partir em busca de sua própria felicidade.

Dados alguns anos, Iemanjá se apaixonou pelo rei Okerê, com quem dividiu uma história infeliz. Alguns contos dizem que, em um certo dia, Okerê se referiu aos seios de Iemanjá de forma grosseira após beber demais, o que motivou a partida de Iemanjá, mais uma vez decepcionada.

Desta vez, para escapar da perseguição de Okerê, Iemanja fez uso da poção dada por seu pai, se transformando assim em um rio que encontrava o mar.

Okerê não aceitou sua perda e para recuperar a esposa decidiu interferir no curso do rio se transformando em uma montanha. No entanto, com a ajuda de seu filho Xangô, que abriu passagem no meio dos vales criados por Okerê, Iemanjá conseguiu seguir seu caminho, encontrando as águas salgadas e tornando-se a Rainha do Mar.

Foto de Lambuja em Behance

Oferendas

Importa dizer que toda oferenda deve ser orientada por alguém responsável do Candomblé ou Umbanda, pois cada Orixá carregada suas peculiaridades que devem ser respeitadas e guiadas por aqueles que conhecem e praticam a religião por anos.

Os pedidos feitos à mãe Iemanjá geralmente são acompanhados de oferendas. Sejam roupas, alimentos, flores (rosas, orquídeas, palmas brancas, crisântemos brancos) ou velas.

Oferendas nada mais são do que presentes e devem ser entregues, de preferência, à beira do mar. Em casos de alimentos ou quaisquer produtos perecíveis, a entrega deve ser realizada em campos ou matas.

Nestas oferendas podemos encontrar alguns ingredientes característicos. De modo geral os preparados levam peixe, arroz, camarão, manjar, canjica e mamão.

Dia de Iemanjá

Comemoramos hoje, 2 de fevereiro, o dia de Iemanjá! Certamente você já ouviu falar da festa em sua homenagem, que ocorre todo ano em Salvador, na Bahia, onde milhares de pessoas se vestem de branco e vão às praias depositar suas oferendas, pois acreditam que a Rainha leva consigo para as profundezas do mar todas as suas aflições e traz de volta sobre as ondas a esperança de um futuro melhor.

A cores que a representam

O azul claro, o branco e o prata são as principais cores que representam Iemanjá. São as mesmas que estão quase sempre presentes em seus adornos e vestimentas, pois acentuam toda sua vaidade e seu mistério, que está profundamente associado ao fundo do mar.

Filhos de Iemanjá e suas características

Conforme falamos anteriormente, Iemanjá é uma das Orixás que mais possui filhos, uma mãe jovem, porém muito madura. Seus filhos costumam gostar de luxo, chegando a beirar o exagero. São pessoas que detém um plano de vida bastante elaborado e possuem um grande equilíbrio emocional.

São pessoas consideradas sábias e sinceras, protetores e sempre dispostos a ajudar e cuidar dos problemas das pessoas que os cercam como se fossem seus, isso por conta do forte instinto maternal, uma vez que possuem um elo com o Mistério da Geração.

Oração para Iemanjá

“Óh soberana mãe das águas, venha a mim nesse momento de aflição, com minha fé e devoção ascendo esta vela, (acenda uma vela azul) para iluminar meus pedidos e caminhos. Ó mãe Iemanjá, assim como controla a força das águas, venha e ajude-me no que eu necessito, (fazer o pedido). Com seu manto azul perolado, cubra a minha vida de alegrias e todos aqueles que me estão ao redor e aos que pensam ser meus inimigos, esses mãe soberana, mude lhe os pensamentos para que tornem-se dignos e lhes tire o ódio do coração. Ajude a resolver o que me aflige e me acompanhe nesta jornada para que males não me alcancem. Óh soberana mãe Iemanja, desde já lhe agradeço, pois tenho fé que estarás comigo. Omio omiodo ya! Odoya!”

Saudações e reverência

As saudações mais utilizadas para Iemanjá são “Odoyá” e “Odociaba”.

Odoyá significa “Mãe das Águas” e é comum ser utilizada da seguinte forma: “Eu sou Filho de Iemanjá. Odoyá, minha mãe!”

Já Odociaba é o que invoca a força poderosa das águas. Essa saudação significa “Rainha das Águas Sagradas” e é utilizada na expressão “Odociaba, Mãe Iemanjá!”

Celebrar essa importante divindade fez com que Iemanjá se tornasse uma das mais conhecidas e importantes em território nacional. Sendo considerada a Grande Mãe, Iemanjá com sua bondade acolhe a todos que a procuram com muito amor.

Texto escrito por: Taís Santana

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